terça-feira, 31 de dezembro de 2019

MEMÓRIAS DE UM EMBAIXADOR: FRANCISCO HENRIQUES DA SILVA

É caso único: esteve na Guiné-Bissau duas vezes, primeiro como militar, trinta anos depois como embaixador, em ambas as ocasiões em guerra. Um dia depois deste país disputar a segunda volta das presidenciais, uma entrevista que podia ser o guião de um filme de Woody Allen.

Francisco Henriques teve o seu primeiro posto de embaixador na Guiné-Bissau - que dia 27 foi a votos numa segunda volta das eleições presidenciais - onde já tinha estado trinta anos antes, a combater na Guerra do Ultramar. Desta vez, as coisas não foram mais pacíficas, mas o conflito era entre Ansumane Mané e Nino Vieira. Foram onze meses caóticos, que terminaram com a retirada de cerca de dois mil portugueses, sem proteção militar e com bombas a cair por todos os lados. De Portugal, cada um dava uma ordem diferente.

Francisco Henriques da Silva, licenciado em História, começou a carreira diplomática nos Estados Unidos, onde nasceu o filho, em New Bedford, na costa Leste, e onde foi abrir um consulado. Seguiu para Paris, onde esteve durante a transição de Giscard d'Estaing para François Mitterrand, e regressou a Lisboa. Depois veio o Canadá e mais tarde a Comissão Europeia, onde foi assessor do comissário João de Deus Pinheiro.

É então que surge a Guiné-Bissau, Abidjan, na Costa do Marfim, e Nova Deli, na Índia. De volta a Lisboa, fica como diretor-geral dos Assuntos Multilaterais no Ministério dos Negócios Estrangeiros até ser enviado para o México e terminar a carreira na Hungria. Viveu num total de nove países, passou por 70, e todos deixaram histórias para contar.

"É AQUILO A QUE NO MINISTÉRIO [DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS] SE CHAMA A CARREIRA REVLON OU ELIZABETH ARDEN, QUE É A CARREIRA BONITA [RI], EM QUE SE VAI PARA CIDADES AGRADÁVEIS, COMO LONDRES, PARIS, MADRID E POR AÍ FORA"

Como é viver em nove países, ainda por cima com culturas tão distintas?

A primeira parte da minha carreira foi passada em países ocidentais - é aquilo a que no Ministério [dos Negócios Estrangeiros] se chama a carreira Revlon ou Elizabeth Arden, que é a carreira bonita [ri], em que se vai para cidades agradáveis, como Londres, Paris, Madrid e por aí fora - enfim, este não foi exatamente o meu percurso, mas foi parecido. Depois, quando fui para o posto de embaixador, apanhei primeiro a Guiné-Bissau, e foi bastante duro, com a guerra civil, a seguir a Costa do Marfim, com golpes de Estado, e mais tarde a Índia, que se envolve numa sarrafusca com o Paquistão, como era habitual, e estavam quase à beira de um conflito nuclear.

Foi azar ou castigo?

No Ministério já olhavam para mim de soslaio: "Onde é que este irá parar a seguir, que é para eu me manter longe...". Depois disso fui para o México, tudo normal, e para a Hungria, normal também.

Como é ir como embaixador para um país, a Guiné-Bissau, onde trinta anos antes se esteve a combater?

É uma experiência única, penso que é inédito. Sobretudo porque apanhei combate da primeira vez e voltei a apanhar combate da segunda. Mas são duas situações muito diferentes. Da primeira vez estamos acompanhados; temos um pelotão, uma companhia, a nossa tropa. Da segunda vez estamos isolados, entregues a nós mesmos. E há um conflito, que já não é no mato, mas dentro da cidade, em que duas facções andam a bombardear-se de um lado para o outro, há refugiados, há problemas de saúde, há problemas de alimentação, há problemas de água e há evacuações... É uma situação muitíssimo mais complexa e a pessoa não tem com o que se defender.

"ERA OFICIAL DE INFANTARIA COM A ESPECIALIDADE DE MINAS, ARMADILHAS E EXPLOSIVOS, DE MANEIRA QUE TINHA DE ME OCUPAR DESSAS COISAS - E NÃO ERA COM AS INDUMENTÁRIAS QUASE MARCIANAS QUE SE VÊ NOS FILMES, ERA DE CORPINHO BEM-FEITO COM UMA FAQUINHA"

Antes de continuar por aí, gostaria que me descrevesse como foi a primeira vez, quando era ainda miúdo e foi combater na Guiné Portuguesa?

Eu era alferes miliciano. Fui para a Guiné em 1968, quando lá cheguei o general Spínola era o governador. E saí em 1970. Estive em três localidades: Co, o chamado "chão" mancanha, uma das etnias, e foi aí que tivemos o primeiro aquartelamento. O segundo, onde estivemos um mês e meio, foi em Mansabá, no centro norte, e depois em Olossato, que fica no centro da Guiné, na mata, que era junto a uma das bases do PAIGC [Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde]. Claro que esta primeira comissão envolve perigos de vida, eu estava a comandar tropas... Era oficial de infantaria com a especialidade de minas, armadilhas e explosivos, de maneira que tinha de me ocupar dessas coisas - e não era com as indumentárias quase marcianas que se vê nos filmes, era de corpinho bem-feito com uma faquinha. No fundo, era tudo ao molho e fé em Deus, como se costuma dizer. As comissões eram difíceis, não só pela situação de guerra - era uma guerra de fraca intensidade, mas com mortos, feridos, emboscadas, minas -, como pelas condições de vida, que eram más: a alimentação era má, os cuidados de saúde eram deficientes, as instalações onde vivíamos eram desconfortáveis. Poder-se-á dizer que na altura não se vivia muito melhor no Portugal dos pequenitos, mas não estávamos em perigo de vida nem em situação de poder pisar uma mina e perder uma perna ou ter fome no meio do nada.

Afirmou que da segunda vez não tinha com o que se defender. Era embaixador, tinha o apoio do governo português, ou não?

Da segunda vez [1997 a 1999] foi diferente, porque era uma coisa que já estávamos a prever que ia acontecer. Descrevo isso no livro "Crónicas dos (Des)Feitos da Guiné": já se previa. Só que na altura os governantes prestaram pouca atenção a isso. Eu avisei, quando estamos em posto informamos: atenção, há aqui problemas entre facções militares adversas, vão-se pegar, daqui vai resultar um problema complicado, preparem-se. Já se usava fax e telex e começava a usar-se o telefone satélite. Portanto, comunicávamos, fazíamos os nossos relatos, que eram imediatamente recebidos aqui [Portugal]. Cá eram filtrados e levados ao ministro dos [Negócios] Estrangeiros, ao primeiro-ministro, ao ministro da Defesa e, de acordo com a importância, podiam até ir a outros ministros e, eventualmente, ao presidente da República.

O primeiro-ministro de então era António Guterres...

Era. Mas a páginas tantas, quando a situação se complica, o problema é que começa cada um a dar ordens para seu lado, e quem está no local é que se vê a braços com a situação. A diz uma coisa, B diz que é preciso entregar ajuda humanitária, C diz que é quem manda e, no meio da confusão, é preciso fazer sair os portugueses do país. As autoridades portuguesas não estavam precavidas para uma coisa daquelas.

Como não, se tinha colocado o governo ao corrente do que se estava a passar?

O ministro dos [Negócios] Estrangeiros [Jaime Gama] tinha ideia do que se estava a passar, os outros nem tanto. Como sabe, há muitos assuntos que passam pelo governo. Imagine que neste momento há um problema com os portugueses em Marrocos, a verdade é que nós estamos aqui a pensar no que se passou na Assembleia da República na semana passada, se vão ou não subir os impostos, se houve um desastre qualquer em Famalicão...

Mas há alguém que sabe que há um problema em Marrocos e alguém já o transmitiu.

Há, e se de repente surge o problema em grande escala, aí é que o governo resolve actual. Fui informado diariamente sobre o que se estava a passar: Ansumane Mané, que foi chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas de Nino Vieira [presidente da Guiné-Bissau] - e tinham sido companheiros de luta, Ansumane foi guarda-costas de Nino Vieira durante a luta do PAIGC, levou-o às costas quando este foi ferido, andaram em canoas... - zangou-se. Ansumane é de uma etnia diferente de Nino Vieira e até de um país diferente, era da Gâmbia (mas lá os países não contam muito, o que interessa muito no contexto africano são as ligações tribais).

Ansumane Mané, que foi destituído do cargo de chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas...

O que se passou foi que a certa altura há um problema de tráfico de armas para os rebeldes de Casamansa, um movimento do sul do Senegal que pretendia independentizar-se em relação a Dakar. Começaram com acções de guerrilha, e o que os militares guineenses fizeram foi vender armamento. A certa altura há um assalto aos paióis, os cadeados aparecem forçados, o material de guerra é roubado e, em consequência disso, Nino Vieira demite o chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas, o amigo Ansumane Mané. Além disso, há um problema de fundo castrense: os militares que andam a combater na mata já não servem para andar de Kalashnikov a dar tiros. A situação é de paz e esses militares devem ser reintegrados na sociedade. Ora, se isto causa um problema em sociedades como a nossa e levanta um conjunto de questões, imagine como é num sítio sem meios, sem assistência social, nada.

"E É ESTA MASSA ENORME DE ANTIGOS COMBATENTES QUE VAI JUNTAR-SE A ANSUMANE MANÉ E A OUTROS DESCONTENTES DAS FORÇAS ARMADAS, O PANO DE FUNDO PARA O TRÁFICO DE ARMAS PARA CASAMANSA"

A velha questão da reintegração dos antigos combatentes na sociedade...

Os antigos combatentes sentem-se ostracizados, marginalizados pelo poder político da altura, que diz que o que as Forças Armadas precisam agora é de competências técnicas, de saber de computadores, de radares, de mísseis, e não de tipos que andem de Kalashnikov na mata. Por outro lado, os jovens oficiais formados, uns na União Soviética, outros em Portugal, outros no Brasil, outros em França, acreditam que são a nova geração e que não vão precisar da outra gente. E é esta massa enorme de antigos combatentes que vai juntar-se a Ansumane Mané e a outros descontentes das Forças Armadas, o pano de fundo para o tráfico de armas para Casamansa.

E revoltam-se contra Nino.

Revoltam-se contra o Nino. Além disso, há um problema político na sociedade da Guiné-Bissau: consideram que o regime não é democrático. De facto, verifiquei isso in loco, aceitavam-se as regras da democracia, mas não todas. Uma vez falei com o Nino Vieira sobre a separação de poderes, que é uma questão essencial, e diz ele: "Se fulano fala mal de mim na Assembleia, mando prender". Não pode, dizia eu, ele é deputado, pode dizer o que quiser. É como a história de André Ventura [deputado censurado pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, por usar a palavra vergonha], não pode ser... "Mas eu tenho o poder, eu é que sou o presidente eleito", insistia ele. Pois está bem, mas isso não significa que possa fazer tudo. São conceitos muito difíceis, se a nós às vezes custa deixar passar, imagine ali.

Portanto, como disse, não aconteceu tudo de repente, o clima de conflito foi-se intensificando, até se tornar insustentável.

Nino preparava-se para uma viagem ao nível da Organização da Unidade Africana, ía a caminho do aeroporto, a equipa de protocolo e mais uns guardas segue à frente, embarcavam uma hora depois, quando são atacados, e matam o chefe de protocolo. É um levantamento militar, dá-se a tentativa de golpe de Estado. Nino reage fortemente e, esta é a asneira fundamental, vê que a maior parte dos oficiais não lhe obedece, apenas um pequeno grupo cumpre as suas ordens, e decide chamar a tropa do Senegal e da Guiné Conacri, ao abrigo de acordos um bocado mal cozinhados e escuros, que vieram imediatamente. Isto cria na população um sentimento geral de revolta, são tropas estrangeiras que ali estão. Por estranho que pareça, foi aí que senti pela primeira vez que havia um sentimento nacionalista ou patriota por parte da população, apesar das etnias todas. A partir daí é o descalabro: os rebeldes tomam conta da base aérea e dos centros das Forças Armadas e bombardeiam a cidade, ninguém consegue sair, estamos encurralados. Os militares tomam conta da cidade e há escaramuças por todo o lado.

"GENERAL, HÁ UM PROBLEMA COMPLICADÍSSIMO, NÃO TEMOS HOMENS. (...) E, JÁ AGORA, OCUPARAM A SUA PONTA [QUINTA] E ROUBARAM-LHE DOIS PORCOS"

Nessa altura ainda conseguia comunicar com Portugal? Porque sei que em dado momento foram cortadas as ligações telefónicas.

Há uma cena engraçadíssima: havia um clube de caça, que era de um português, que tinha um telefone satélite. A dada altura o chefe do Estado-Maior do Exército vai lá e pede para falar com Nino Vieira, porque não havia linhas telefónicas. E ele [o português] ouviu a conversa, que era uma coisa deste género: "General, há um problema complicadíssimo, não temos homens. Em Bafatá - a segunda maior cidade da Guiné-Bissau - temos cerca de 50 homens, o resto está tudo disperso ou aderiu aos rebeldes, não temos água, não temos munições nem armamento, não há cadeia de comando. E, já agora, ocuparam a sua ponta [quinta] e roubaram-lhe dois porcos". "O quê, atreveram-se a roubar dois porcos ao presidente da República?!" Está a ver...

Lembra-se da última comunicação que fez? Qual era a sua missão, tirar de lá os portugueses?

Essa era a parte mais complicada. Mantive-me sempre em contacto e, felizmente, estavam no local dois homens da Portugal Telecom, que me cederam um telefone satélite, que eu não tinha, e sem isso ficava completamente incomunicável. Foi um milagre. Disseram-me: "Está aqui um telefone satélite, funciona assim, aqui tem e nós vamos embora na primeira evacuação". E assim foi, e foi assim que consegui manter o contacto. Foi de facto uma coisa absolutamente homérica. Depois, a questão era: como vamos retirar os portugueses?

Quantos portugueses havia na Guiné-Bissau nessa altura?

Tínhamos feito uma conta por alto e calculámos 1400 portugueses. Mas rapidamente percebemos que o número era muito superior, cerca de 2000. Porque havia muitos portugueses de cor, com passaporte português e que também queriam ser retirados, mas não fazíamos ideia de quantos eram porque não se manifestavam. Então foi a confusão total. A certa altura, há um navio mercante da Portline, o Ponta de Sagres, em Cabo Verde, e o comandante diz que pode rumar até nós e fazer a retirada das pessoas que se encontravam em missão, não muito mais - mais tarde foi condecorado com a Ordem Militar da Torre e Espada pela sua coragem.

Como é feita a evacuação em condições de guerra?

Quando sei isso, comunico a Lisboa e digo que vamos aproveitar um período de trégua para fazer a evacuação, que é feita sem qualquer proteção militar, é a grande loucura. Isto é, há um barco que chega a uma cidade hostil e que vai atracar para receber refugiados que vão para o porto pelo seu pé, no meio de tiros - é assim como ir a pé pela Rua Augusta até ao Cais das Colunas.

Quem controlava?

O controlo é completamente aleatório. As pessoas partiam de três ou quatro pontos da cidade, da embaixada onde estávamos, da Catedral, do Hotel 24 de Setembro, em direcção ao cais. Disseram-nos que o período de tréguas seria em determinado tempo, o que, em maré alta, nos permitia fazer o embarque. Só que, como não havia comunicações, a evacuação, que devia começar às nove da manhã, começou as quatro da tarde.

Com que consequências?

Os rebeldes, sabendo que o período de tréguas tinha acabado, começam a bombardear o cais de Bissau com Katyushas, que lançam foguetes com 35 Kg de TNT, que deitam este edifício [Fórum Picoas, local da entrevista] abaixo, e com morteiros 120, que furam um bunker. Felizmente, aquilo caiu na água, porque estavam centenas de pessoas no cais para embarcar.

Temeu pela vida?

Medo nestas coisas... A questão psicológica é muito curiosa, depende dos seres humanos. Vi militares de carreira, não vou citar nomes, que estavam nervosíssimos quando foram retirados: "Criou uma mãe um filho para isto", "nunca mais cá ponho os pés"... A minha mulher, que é mulher e nunca tinha passado por uma situação daquelas, teve de dizer: "O senhor tome um comprimido e acalme-se". Às vezes, aqueles que pensamos que são uns valentões são os primeiros a fugir, enquanto outros, uns lingrinhas ou mães de filhos, são os que aguentam mais. No cais, as pessoas queriam embarcar, mas foi o caos total. Até e lá seguiram para Dakar.

Teve de ficar em Bissau, mas a sua mulher, ficou ou seguiu no navio?

Eu voltei para a embaixada, fui eu que conduzi o carro do cais até lá, quase como nos filmes, em que a bombas iam caindo e eu tinha de me ir desviando. A minha mulher também ficou: "Não me vou embora", dizia ela. Foi até muito mais corajosa do que eu, que de vez em quando ficava petrificado, apreensivo quanto à minha situação e à dela. "Mas tu queres ficar aqui?!" "Gosto muito do Pavarotti", dizia ela, e punha o rádio em altos berros, "não oiço bombardeamento nenhum". E era assim [ri].

Essa foi a primeira evacuação, sem proteção militar, mas ouve outras, não ficou tudo resolvido nesse dia.

A seguir houve outras evacuações, sete no total. Chegaram navios franceses, navios portugueses e a Marinha [Portuguesa] enviou duas fragatas, a Corte-Real e a Vasco da Gama. O que acontece, nesta como em todas as guerras, é que há pessoas que não querem sair, mesmo com risco de vida. Têm ali a sua vida, a sua casa, a sua fábrica, o seu escritório, o emprego, a família... "A minha mulher e os meus filhos que vão, eu fico". Mas uma cidade fica reduzida a 100 pessoas.

E também deve haver os que querem ir e não têm como, por diversos motivos. Aconteceu?

Há cenas inacreditáveis. Na primeira evacuação, chega a altura em que tenho de dar a ordem da praxe, como nos filmes: "Mulheres e crianças primeiro, depois idosos e a seguir homens". A dada altura aparece um senhor, diretor do Totta, de lenço na cabeça, uma saia, para entrar como mulher. Tive de lhe dizer: "O senhor vá para o fim da fila, aqui não entra". É assim, há de tudo, tudo o que possamos imaginar.

E os que ficaram, os que estavam em missão diplomática?

Foi muito complicado. Na embaixada ficou um grupo pequeno, até porque tinha muito poucos funcionários. A guerra continua e a casa ao lado da residência oficial, onde vivia o secretário, é atingida. Tinha sido cedida ao adido da Cooperação, que estava lá a tomar o pequeno-almoço e saiu meia hora antes do ataque. Caiu-lhe uma Katyusha em cima, ficou tudo destruído, o sítio onde tinha estado a tomar o pequeno-almoço desapareceu. Depois os rebeldes pediram desculpa, não nos queriam atingir, mas como estávamos na linha de fogo... O Palácio Presidencial estava a 400 metros. Voaram aparelhos de ar condicionado, uma coisa pesada, a 50 metros de distância.

Imagino que a situação tenha gerado alguma acrimónia. Como ficam as suas relações com o governo?

Isso é verdade. Não mencionei nomes, mas lê-se perfeitamente nas entrelinhas. Há uma altura em que faço uma descrição e digo que aquilo pareciam galinhas decapitadas a passear pelo quintal e a esguichar sangue por todos os lados. Lembro-me de o ministro da Defesa, Veiga Simão - coitado, já morreu - querer à viva força que se fizesse alguma coisa em relação à ajuda humanitária estava a chegar aos Bijagós, estávamos nós a ser bombardeados. "O que vai fazer?", perguntava ele. Tive de responder: "Desculpe, senhor ministro, estou a apanhar com bombas em cima. O que quer que lhe diga?! Está preocupado com a ajuda humanitária que está a chegar às ilhas? Sei lá da ajuda humanitária..." E nisto, dou uma palmada com toda a força no tampo da mesa e ouve-se um estrondo: "Olhe, caiu agora mesmo uma aqui ao meu lado". Tive de fazer aquele golpe de teatro para ele perceber. São cenas que vivi. Depois de tudo, no fundo, pensava que de alguma forma me poderiam compensar. Mas não: "Agora vai para a Costa do Marfim".

Onde as coisas também não estavam pacíficas. Como reagiu?

Houve uma altura em que eu disse ao ministro. Vim passar o Natal, um navio da Marinha levou-me para Cabo Verde, de Cabo Verde apanhei o avião para Lisboa, e estive a conversar com o ministro e disse-lhe: "Isto é uma situação única, nenhum colega meu foi sujeito a uma situação destas. É uma insuportável, não posso estar ali todo este tempo nestas condições, de maneira que agradeço que faça alguma coisa". "Ah, mas está lá há pouco tempo". De facto, estava lá há um ano e tal, mas em condições singulares, uma situação muito complicada e completamente desprotegido. Ficou de pensar no assunto, mas acredito que não tenham gostado. Talvez pensassem que estava a fugir, quando aquilo é na verdade esgotante. Para ter uma ideia, devido à falta de vitaminas e de proteínas, o meu cabelo e o da minha mulher caía aos punhados. Não havia em Bissau uma manga, um ananás, uma banana, os rebeldes foram às árvores e apanharam tudo. A cidade estava sitiada, pilharam tudo, tínhamos de comer uns enlatados vagos que para ali estavam e acabou, era isto.

Alguém foi substituí-lo?

Foi, foi. No mês final da guerra foi para lá António Dias, que já faleceu, e que aguentou a parte final. Ao fim de um mês, Nino Vieira acabou por se render, e a partir daí aquilo entrou em normalidade, entre aspas, porque a Guiné-Bissau nunca teve normalidade nenhuma: matam-se uns aos outros, fazem golpes de Estado sucessivos...

"NA GUINÉ É QUE ESTAVA O PROBLEMA MAIOR. A GUINÉ POSSUÍA ARMAMENTO JÁ MUITO SOFISTICADO, ALÉM DISSO, SUCEDE QUE NOS ÚLTIMOS ANOS AMILCAR CABRAL CONSEGUE ALGUNS TRUNFOS DIPLOMÁTICOS MUITO IMPORTANTES"

Voltando atrás, à Guerra do Ultramar, falo com ex-combatentes que me dizem que a guerra em Angola e Moçambique estava ganha e que o grande problema era a Guiné. Concorda?

Angola não tinha praticamente guerra, tinha muito pouco, uma coisa pontual aqui e ali. Moçambique era um pouco diferente, porque o território é muito extenso; nas regiões centro e sul não havia praticamente nada, mas a norte existiam alguns problemas e a área era vasta. De qualquer maneira, estava controlado. Na Guiné é que estava o problema maior. A Guiné possuía armamento já muito sofisticado, além disso, sucede que nos últimos anos Amilcar Cabral consegue alguns trunfos diplomáticos muito importantes: é recebido pelo Papa e depois declara a independência da Guiné-Bissau, mesmo sob a ocupação portuguesa, e consegue ser reconhecido pela ONU. Podíamos aumentar a luta no terreno? Podíamos. Quanto mais tempo? Não sei. Seria sempre um grande sacrifício e, por um território tão pequeno, valeria a pena? Hoje sabe-se que Marcello Caetano deu ordem para haver negociações secretas - secretíssimas - com o PAIGC. As primeiras negociações têm lugar em março de 1974, em Londres, com o cônsul-geral em Milão, depois embaixador, Villas Boas, que escreveu isso num livro de memórias. É destacado para essa missão e vai a Londres falar com Victor Saúde Maria, ministro das Relações Exteriores do PAIGC, depois primeiro-ministro da Guiné-Bissau. O segundo encontro estava marcado para maio de 1974, mas já não se realizou porque veio o 25 de Abril. Se as negociações iriam avante é outra história, Villas Boas conta que a dada altura lhe dizem que ele não está credenciado para negociar com eles [Guiné-Bissau].

Aproveitamos ou desaproveitamos a relação de Portugal com África?

Atualmente a relação com África é muito difícil. A presença da China em toda a parte, em Angola, em Moçambique, é uma evidência. No âmbito da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] começamos a perder pontos, porque o cimento que nos unia era a língua, mas com a entrada da Guiné Equatorial, que nem português fala, um capricho de Angola (mais ninguém queria), está a diluir-se. Os angolanos são muito susceptíveis ao discurso chinês, de maneira que é complicado. Ainda no que toca à CPLP, o desinteresse do Brasil, neste momento, pesa muito. A política externa brasileira tem muito peso, e quando não estão interessados, não estão interessados mesmo. E eles é que mandam, são mais de 200 milhões. E depois, os anos da crise em Portugal deram muito conta disso, perdemos muita embalagem, foi difícil e humilhante, tornou-se impossível manter estas relações.

Matou alguém na guerra?

Que eu saiba, não. Mas vi morrer, das duas vezes. Vi coisas incríveis.

A diplomacia mudou muito de então para cá?

É uma carreira profissional muito tradicional. Mas os desafios que se colocam hoje são outros. Sucede que no passado os embaixadores tinham plenos poderes - que eu já não tive -, mas hoje são os primeiros-ministro que se encontram em Bruxelas, que vão às conferência da ONU, da NATO, falam uns com os outros por telefone, na Internet... É evidente que o embaixador ou diplomata reporta e informa sobre o que se passa no local, como fiz na Guiné, mas a margem de manobra é deles. É preciso atuar muito no campo económico e, por vezes, não há orientações precisas.

Esse foi um problema que teve na Guiné. Aconteceu em mais alguma missão?

Certa vez, quando estava na Índia, o governador de Goa entregou-me uma lista de onze projetos de investimento. Um era um projeto tripartido Portugal/Goa/Qatar, para o fornecimento de gás natural a toda a costa de Malabar, inclusive a Bombaim. O Qatar fornecia o gás natural, Goa era a base e Portugal dava a expertise, o know-how. Outro projecto era o metro de superfície em Pangim. Outros eram um investimento na indústria hoteleira, investimentos em infra-estruturas e na rede viária, sobretudo no sul de Goa, desenvolver praias e tudo o mais, fazer um call centre gigantesco, para servir também o mundo lusófono... Mandei isso tudo para a entidade responsável, não cito o nome, que se encarregava desse tipo de coisas. SAPO.PT

OPINIÃO: OPINIÃO: António Aly Silva, o Dom Quixote guineense

Jornalista e pintor, António Aly Silva, também bloguista, é um autêntico D. Quixote da Guiné-Bissau, uma figura ímpar de que me apetece aqui falar.

O António, de 53 anos, natural do Quebo, antiga Aldeia Formosa, na região de Tombali, no interior da Guiné-Bissau, é um caso fabuloso de desdobramento de personalidades, entre o pintor que começou a ser ainda muito novo, na adolescência, e o jornalista irreverente em que depois se tornou, com uma posição assinalável no blogue Ditadura de Consenso.

Rapaz de duas pátrias, a guineense e a portuguesa, pois que em ambas já viveu, ele tem um desassombro excepcional quando fala dos muitos problemas da terra onde também nasceu Amílcar Cabral; e onde tantos morreram, em circunstâncias várias.

Falar do António Aly Silva e da sua maneira de estar na vida é homenagear todos aqueles que transgridem, que fazem tantas vezes aquilo que nós pensamos mas não temos a coragem de fazer ou de dizer.

Depois de tanto se ter escrito nos últimos anos sobre uma pátria ainda a dar como que os primeiros passos, pois que 45 anos pouco são na vida de uma nação, é bom ter uma matéria nova para falar, que não seja o peso dos militares ou as influências do narcotráfico.

Aly é um artista e um poeta, que nos sabe bem ler, pois dele transcende o mais puro espírito libertário.

E aqui o gostaria de colocar ao lado de muitas das outras figuras africanas que já tenho abordado ao longo da vida, pessoas com maneiras diferentes de estar na vida, mas que de algum modo não podemos ignorar: o José Vicente Lopes, o Tony Tcheka, o José Eduardo Agualusa, o Ondkaji, o João Paulo Borges Coelho, o Mia Couto, o Nelson Saúte e tantos outros.

Esta minha carta é para eles, os cidadãos lusófonos que aprecio, pessoas que têm ajudado a fazer notadas as jovens nações onde vivem. Pessoas todas elas com menos de 65 anos; nascidas portanto depois da II Guerra Mundial e de tudo o que ela significou para marcar um antes e um depois.

O António Aly Silva andava na instrução primária em Portugal quando aqui foi o 25 de Abril de 1974 e algum tempo depois seguiu para Bissau, a matricular-se no Liceu Kwame Nkrumah, onde a sua pintura começou a ser notada, em tons vivos, como é próprio da África e dos africanos. Galerias de Dacar, Lisboa, Sintra, Paço d'Arcos e Cascais viram os seus quadros, bem como algumas salas de Bissau.

Toda uma corrente de afectos se foi gerando à sua volta, como de ódios também; ou não fosse a Guiné-Bissau um país de perfídias, onde por vezes parece tão fácil morrer, vítima do feitiço de alguém que nos quer mal.

Aos meus olhos, ao colocar claramente os pontos nos iis, denunciando as conjuras, os golpes baixos, em pleno terreno armadilhado, o Aly é um herói, um autêntico D. Quixote deste tempo novo, deste século XXI em que nos é dado viver, até que os deuses o permitam.

"Venham mais cinco!", como ele, como o Zeca Afonso, como o José Dias Coelho. E um dia talvez o mundo seja melhor, onde mereça a pena viver. Graças ao esforço dos que tantas vezes chegam a duvidar de que valha a pena. Dos que tropeçam nos escolhos mas acabam por arranjar forças para se levantar.

Jorge Heitor, Jornalista português

PRESIDENCIAIS 2019: FALA A UA

PRESIDENCIAIS 2019: FALA A CPLP

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) constituiu uma Missão de Observação Eleitoral (MOE) para
acompanhar a 2.ª volta das Eleições Presidenciais, realizada no dia 29 de dezembro de 2019, na República da Guiné-
Bissau.

A MOE da CPLP, chefiada por Sua Excelência Oldemiro Baloi, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros e
Cooperação da República de Moçambique, integra 19 observadoras e observadores, incluindo parlamentares da
Assembleia Nacional da República de Angola, da Assembleia Nacional da República de Cabo Verde e da Assembleia
da República Portuguesa, em representação da Assembleia Parlamentar da CPLP; diplomatas indicados pelos Estados-
Membros e funcionários do Secretariado Executivo da Organização.

Presente no país entre o dia 26 e o dia 31 de dezembro, a MOE da CPLP teve uma audiência com o Presidente da
Comissão Nacional de Eleições e manteve encontros com a Ministra dos Negócios Estrangeiros, Cooperação
Internacional e Comunidades e a Ministra da Administração do Território e Gestão Eleitoral. Realizou encontros com
outras Missões de Observação Internacional e reuniu com o Grupo dos Embaixadores dos Estados-Membros da CPLP
em Bissau.

A MOE da CPLP desdobrou-se em oito equipas, que acompanharam a fase final da campanha eleitoral e o dia da
votação, incluindo a abertura e o encerramento das urnas, abrangendo as regiões de Bafatá, Biombo, Cacheu, Gabú, Oio
e o Setor Autónomo de Bissau. Observou um total de 316 mesas de assembleias de voto, entre zonas urbanas e rurais, às quais corresponde um total de 100.533 eleitores inscritos, aproximadamente 12% dos eleitores registados.

Na observação do ato eleitoral, constatou que a localização e o acesso às assembleias de voto permitiram uma
participação efetiva e regular, tendo os horários de abertura e encerramento sido cumpridos, de modo geral, em todas as
mesas visitadas, e registou a presença de delegados das candidaturas em todos os locais observados.

A MOE da CPLP realça a elevada qualidade do trabalho desenvolvido pelas autoridades eleitorais, bem como o
profissionalismo demonstrado pelos membros das mesas das assembleias de voto, e destaca o aperfeiçoamento de
procedimentos do ato eleitoral. É igualmente assinalável a significativa participação de mulheres como membros das
mesas das assembleias de voto, representando cerca de 41% do total nos locais observados.

Considera-se que foram asseguradas as liberdades cívicas e os direitos políticos dos cidadãos e cidadãs, nomeadamente
o direito de participação no processo político do país, através do sufrágio universal, direto, secreto e pessoal.

A MOE da CPLP congratula-se com a participação da sociedade civil na monitorização do processo eleitoral,
nomeadamente pelo número expressivo de agentes no terreno e a elevada capacidade organizativa, considerando que
representa um importante contributo para o reforço da democracia no país.

Saúda igualmente a articulação entre as Missões de Observação Internacional presentes em Bissau, que constitui uma
boa prática.

A Missão de Observação Eleitoral da CPLP reitera a felicitação ao povo guineense pelo civismo e serenidade com que
exerceu o direito de voto, fator que constitui um importante contributo para a boa governação, a estabilidade, o
desenvolvimento económico e social, bem como para o reforço da Democracia e do Estado de Direito na República da
Guiné-Bissau.

A MOE da CPLP considera que as eleições do dia 29 de dezembro decorreram em consonância com as práticas
internacionais de referência, no respeito pelos princípios democráticos e direitos políticos consagrados na Constituição
da República da Guiné-Bissau e de acordo com a lei eleitoral do país. Nesse sentido, apela ao respeito pela vontade
popular expressa nas urnas.

Exorta todas as forças políticas e as autoridades judiciais e de segurança da Guiné-Bissau a contribuírem para a
manutenção do ambiente de ordem, segurança e tranquilidade durante o processo de apuramento e divulgação dos
resultados, respeitando o quadro legal estabelecido.

Bissau, 30 de dezembro de 2019

domingo, 29 de dezembro de 2019

PRESIDENCIAIS 2019 - Carlos Lopes: Guiné-Bissau deve escolher entre oportunismo político e transformação a favor de populações

Os guineenses foram domingo às urnas para eleger o seu novo Presidente da República.Afectado pelo clima de crise política dos últimos anos,o país da África ocidental, busca um novo rumo que vise a melhoria das condições de vida da população, como prometeram os dois candidatos em liça, na segunda volta da eleição presidencial, Umaro Sissoco e Domingos Simões Pereira. Segundo o economista Carlos Lopes, a Guiné Bissau terá que escolher entre o oportunismo político e a transformação do país.

Depois de uma crise política quase endémica, que afectou a Guiné-Bissau nos últimos anos, os dois finalistas candidatos à eleição presidencial, Umaro Sissoco e Domingos Simões Pereira, prometeram melhores dias aos guineenses.

Embora a mudança seja a tónica dominante do discurso de Sissoco e Pereira, o que está em causa, segundo o economista Carlos Lopes, é o funcionamento estrutural da sociedade bissau-guineense dominada pelo oportunismo político e pelo rentismo.

De acordo com Lopes, para que o país da África Ocidental possa encetar uma nova Era, terá que escolher entre o oportunismo da sua elite política e o rumo da transformação.

O economista bissau-guineense considera, que o estabelecimento de um regime novo implica o fim da sociedade do rentismo e a criação de condições para transformar a Guiné-Bissau num país que atende às necessidades das suas populações, designadamente no capítulo económico.

Carlos Lopes destacou, como um dos males da Guiné-Bissau, o recurso ao Estado como meio para a constituição do património individual.Lopes sublinhou igualmente que a dependência externa da Guiné-Bissau, representa um entrave ao desenvolvimento do país africano,que desde a sua independência em 1974 tem passado por vários períodos de instabilidade política.

O que está em jogo na Guiné-Bissau, segundo o economista, é uma escolha clara entre um regime novo e o rentismo predominante na ex-colónia africana de Portugal.

Segundo a nossa enviada especial às eleições presidenciais, Neidy Ribeiro,as mesas de voto na Guiné-Bissau encerraram às 17h00 locais (18 GMT), ainda assim quem esteve nas filas de voto pode exercer o seu direito cívico.

Em declarações à imprensa, os observadores internacionais presentes no país garantiram que o processo eleitoral decorreu com normalidade .

A abstenção na primeira volta ultrapassou os 20%.Na segunda volta os votos das pessoas que não foram às urnas podem fazer toda a diferença. Há um receio que esta época de festas possa contribuir para a taxa de abstenção.

A eleição presidencial de domingo tornou-se fonte de muita expectativa pelos guineenses que anseiam por outros rumos, para o país.

Esperançados num novo futuro,os guineenses acordaram muito cedo para votar no domingo.As três da manhã já havia pessoas com cadeiras para assegurar os lugares nas filas de voto.

Eleitores expressaram ao microfone da RFI mensagens de esperança e sublinharam ainda que o desafio, do próximo presidente, é unir os guineenses e retirar o país do marasmo económico.


Reportagem da nossa enviada especial a Bissau, Neidy Ribeiro
Se considerarmos o economista Carlos Lopes, a escolha dos guineenses deverá ser efectuada entre oportunismo político, rentismo e novos rumos para uma transformação da Guiné-Bissau. RFI

PRESIDENCIAIS 2019: Resultados provisórios serão conhecidos na quarta feira

Os resultados provisórios da segunda volta das presidenciais, que decorreu este domingo (29.12), serão anunciados na quarta-feira (01.01) pela CNE, anunciou a porta-voz do órgão, Felisberta Moura Vaz.

A Comissão Nacional de Eleições anunciou, esta tarde, que os resultados provisórios da votação deste domingo (29.12) será conhecido na próxima quarta-feira, (01.01), tendo sublinhado que a votação foi encerrada em todo território nacional e na diáspora às 17 horas, tal como estabelecido pela lei eleitoral.

"Em algumas assembleias de votos já estão a proceder à contagem e apuramento preliminares dos resultados de votação", disse aos jornalistas Felisberta Moura Vaz, no último ponto de situação do processo.

A CNE apela à "tolerância, serenidade e sentido de responsabilidade das candidaturas, órgãos de comunicação social" e para uma conduta cívica.

CNE nega fraude eleitoral
Na comunicação, a secretária adjunta da CNE desmente as "informações levianas" que estão a circular relativamente a tentativa de fraude eleitoral.

"O apanágio e a imagem histórica desta nobre administração eleitoral não podem e nem devem, em nenhuma circunstância, compactuar com falácias, intrigas e outros males que tendem a desvirtuar os seus propósitos", lê-se na declaração final do dia da segunda volta das eleições presidenciais guineenses.

A responsável disse ainda que a CNE não pode compactuar com "falácias, intrigas e outros males que tendem a desvirtuar os seus propósitos" e que toda a sua atuação é baseada na lei "e não na vontade expressa de terceiros".

A CNE apela ao público a se manter calmo, sereno e vigilante "contra manobras atentatórias e a vã tentativa de comprometer o desenrolar do processo eleitoral que se pretende pacífico e ordeiro".

"Devemos ficar atentos para não permitir que os valores e princípios da integridade eleitoral e das conquistas granjeadas pela CNE ao longo de décadas da história eleitoral da Guiné-Bissau, sejam desvirtuadas", finalizou Moura Vaz. Lusa

PRESIDENCIAIS 2019 - COMISSÁRIO POP: 'Sissoco é irresponsável'

O Comissário da Polícia de Ordem Pública (POP) Armando Nhaga considerou de falsa e absurda as acusações do candidato Umaru Sissoco Embaló hoje em Gabú, a 263 quilómetros de Bissau.

Sissoco Embaló, segundo o comissario, acusou o ministério de interior de ter 40 urnas para desfraldar todas as perspectivas dessas eleições.

“ São falsas e absurdas essas acusações porque em nenhum momento foi colocado aqui as urnas para desfraldar os princípios que norteiam o funcionamento deste ministério”.

O comissário adiantou ainda que candidato Sissoco Embaló tem estado a mostrar incapacidade de reconhecer que o ministério do interior tem estado a criar condições para haja estabilidade nesse processo.

“ Exemplo disso é o incidente que a sua candidatura criou com as forças de guarda nacional em relação ao despacho dos materiais de campanha, insulto aos responsáveis desse ministério durante a campanha eleitoral no sul do país.

Portanto, queremos garantir que não há nenhuma possibilidade de colocar as urnas no ministério uma vez que constituímos uma força conjunta entre os militares e polícias. Para isso, volto a afirmar que as acusações de Embalo são falsas sem enquadramento jurídico-operativo”, considerou.

Por outro lado, convidou os observadores internacionais e os próprios candidatos a visitarem o ministério (do interior) se de facto albergou as 40 urnas a que referiu o candidato do partido Madem-G15, tendo adiantado que “ essas declarações só podem ser de um individuo sem responsabilidades para beliscar a imagem de uma instituição como essa, ”.

O comissário reforçou ainda que estas acusações vão ajudar os guineenses a reflectirem muito quem são os indivíduos que querem dirigir o país.

“ Portanto, penso que esta situação vai nos ajudar a reflectir quem é quem e de que forma pensa porque quando não conhecemos alguém, damos-lhes a capacidade que não tem, mas acabou por demostrar que não tem muita capacidade em termos de articular com todo o mecanismos interno e externo e mecanismos políticos.

Por isso, consideramos estas acusações de falaciosos sem enquadramento jurídico nem operacional”, sublinhou. Lusa

PRESIDENCIAIS 2019: Comunicado do Ministério do Interior

COMUNICADO

O Ministério do Interior, antes as falsas e absurdas declarações do candidato Úmaro Sissoco Embaló, pelas quais afirma estarem colocadas urnas nas suas instalações, vem, por dever de reserva e os princípios da objectividade e imparcialidade que regem o cumprimento da sua missão de garantir a segurança de todo o processo eleitoral e dos próprios candidatos, limitar-se a desmentir, categoricamente, essas afirmações, por serem, absolutamente, falsas,absurdas e destituídas de qualquer fundamento e prova.

Informa à Comunidade Nacional e Internacional e ao povo da Guiné-Bissau que se tratam de afirmações falsas e estranhas que têm, por objectivo denegrir a imagem e o bom nome da instituição, cuja missão é a de garantir a segurança eleitoral.

Apela à calma e a que todos os eleitores se desloquem às mesas de Assembleia de Voto a fim de exercerem o seu direito cívico, de forma ordeira e em total segurança.
Espera o Ministério do interior que estas declarações acusatórias graves não prenunciem a busca de alibis e pretextos inconfessáveis.
O Ministério do Interior convida a toda a população, aos órgãos de comunicação social, a todas as candidaturas e a todos os observadores eleitorais a se deslocarem às suas instalações, a fim de constatarem, in loco, a maior falsidade que essas afirmações representam.

Apela ainda a um maior sentido de responsabilidade por parte dos atores políticos envolvidos neste processo eleitoral, a fim de evitarem proferir calúnias e inverdades contra o Ministro do Inteiror que será, completamente, alheio à todo e qualquer resultado que o povo Guineense, soberanamente, ditar nessas eleições.

GABINETE DE COMUNICAÇÃO

Bissau, 29 de Dezembro de 2019

Contacto:

e-mail (ministeriointeriorgb@gmail.com)
+245 -956557003
+245-969140121

PRESIDENCIAIS 2019: “Antes das 11h00 horas já tínhamos perto de 50% de votantes, isto quer dizer que a sensibilização, mobilização das pessoas é forte”, disse o antigo primeiro-ministro do Mali, Sumeylu Bubeye Maiga, chefe da missão de observação eleitoral da CEDEAO.

PRESIDENCIAIS 2019: Agora é esperar que a CNE anuncie os resultados. Bom domingo a todos. AAS

sábado, 28 de dezembro de 2019

DSP: "Acredito numa Nação una e indivisível"

Domingos Simões Pereira disse hoje que acredita numa sociedade "una" e "indivisível" e espera que os guineenses exerçam o seu direito de voto de forma livre e justa.

“Em democracia, quando povo é chamado a decidir, deve ser realmente a grande festa da democracia. Nós contamos que o povo guineense exerça esse direito e essa responsabilidade de forma livre, transparente e justa”, afirmou à Lusa Domingos Simões Pereira, momentos antes do início do comício de encerramento da campanha eleitoral.

O comício do candidato apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) decorreu no estádio Lino Correia, no centro da cidade de Bissau, com a presença de milhares de apoiantes.

Questionado pela Lusa sobre a linguagem que prevaleceu durante a campanha eleitoral que pode trazer divisões étnicas e religiosas, Domingos Simões Pereira disse que os “guineenses sabem quem tem essa linguagem, quem tem o apelo de divisão e quem quer dividir a sociedade guineense”.

“Nós acreditamos numa sociedade guineense una, indivisível, e, por isso, professamos este sentimento de ‘guineendade’, que é unir todas as estruturas sociais da Guiné-Bissau”, salientou.

O comício incluiu discursos de vários apoiantes de Domingos Simões Pereira e destacados elementos do PAIGC, entre os quais o de Francisca Pereira, antiga combatente pela independência da Guiné-Bissau, que afirmou que as três letras pelas quais o candidato é conhecido, DSP (iniciais do seu nome), significam “Deus Salva Povo”.

“DSP é a alma de Amílcar Cabral. Nós não temos raça, religião, cor, nem altura. Nós somos guineenses e no domingo vamos votar no número 1 para recuperarmos tudo o que é positivo nesta terra”, afirmou.

Já no final do comício, Domingos Simões Pereira pediu aos guineenses que escolham em “consciência a quem vão entregar o país nos próximos cinco anos”.

Considerando que nos últimos cinco anos o país esteve entregue a “interesses políticos mesquinhos”, o candidato afirmou que a Guiné-Bissau “precisa de curar feridas e de um Presidente da República que seja capaz de unir os guineenses, de produzir a concórdia nacional, de trazer estabilidade política e que colabore com o Governo e com todas as instituições para o desenvolvimento do país”.

Domingos Simões Pereira disse também que uma das primeiras coisas que fará se for eleito chefe de Estado é “falar à nação para transmitir um sentimento de confiança de uma nova Guiné-Bissau, de um país positivo de fraternidade entre guineenses”.

À população, Domingos Simões Pereira prometeu também ser um chefe de Estado que lutará pela justiça, sem interferir, pelos direitos dos mais vulneráveis e que nenhum cidadão ficará para trás.

“A Guiné-Bissau será o primeiro paraíso para os guineenses do mundo”, afirmou, sublinhando que todos juntos podem dar respostas aos problemas do país.

O candidato destacou também o comportamento e trabalho exemplar das “forças de defesa e segurança” durante a campanha eleitoral.

Mais de 760.000 guineenses são chamados às urnas no domingo para escolherem o próximo Presidente da Guiné-Bissau entre Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15). Lusa

Atenção Reino Unido

Guarda Nacional apreende material de campanha do Sissoco

Materiais de propaganda do USE que a guarda nacional confiscou esta manhã no porto de Bubaque. Os materiais eram para a ilha de Canhabaque. Denúncia feita pelo PAIGC.

PRESIDENCIAIS 2019: Instantâneos da campanha eleitoral

FOTOS: ©AAS/DC/2019

REFLICTA: Serenidade. Olhar o futuro com confiança


FOTO ©AAS

Passagem de ano no estádio Lino Correia

Dia de reflexão

Hoje é o “Dia de Reflexão” e é neste dia que os eleitores ficam livres das propagandas e apelo ao voto para que possam fazer a escolha do seu candidato sem interferências e de acordo com o que manda a sua consciência.

Foram quinze dias de campanha e neles o candidato *Domingos Simões Pereira* teve a oportunidade de apresentar as propostas que pretende implementar se receber a maioria dos votos depositados nas urnas.

Por isso, neste dia da reflexão o nosso único apelo é para que o eleitor valorize o voto e pense no seu próprio futuro e no futuro do país.

Guiné-Bissau em primeiro lugar.

Estádio Lino Correia, ontem

“Depois as pessoas queixam-se da percentagem de abstenção”


Leitora identificada

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

PRESIDENCIAIS 2019: DSP recebe neste momento a delegação da União Africana

OPINIÃO: Eleições presidenciais na Guiné-Bissau: Os riscos da instabilidade

Por: Jaime Nogueira Pinto

Os apelos religiosos e tribais a que vem recorrendo Umaro Sissoco trazem a divisão entre muçulmanos e não muçulmanos e o confronto entre etnias; conflitos aos quais, até hoje, o país foi poupado.

Eleições presidenciais na Guiné-Bissau: Os riscos da instabilidade
Os apelos religiosos e tribais a que vem recorrendo Umaro Sissoco trazem a divisão entre muçulmanos e não muçulmanos e o confronto entre etnias; conflitos aos quais, até hoje, o país foi poupado.

No próximo Domingo, 29, a Guiné Bissau vai a votos para a eleição do Presidente da República. Os candidatos em presença são Domingos Simões Pereira e Umaro El Mokhtar Sissoco Embaló.

Simões Pereira é o actual líder do PAIGC, foi Ministro e Primeiro-ministro da Guiné-Bissau e Secretário-executivo da CPLP. É conhecido no país e no exterior como um político com experiência e moderação e respeitado nos meios político-diplomáticos europeus e africanos.

Sissoco, que se descreve como “cientista, político e militar”, apresenta um CV impressionante: uma licenciatura em Relações Internacionais (da qual não há registo) pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa (onde esteve de facto matriculado), um doutoramento pela prestigiada Universidade Complutense de Madrid (onde nada consta) e uma (também altamente duvidosa) promoção ao generalato.

Este apanhado de graus académicos e castrenses imaginados e imaginários não parece grande recomendação para a chefia de Estado – os casos semelhantes que tivemos em Portugal, ainda que menos exuberantes, também não deram grande resultado.

Outra prestidigitação de Sissoco é trazer no bolso um Príncipe saudita, um dos homens mais ricos do mundo. Segundo Umaro Sissoco o dito magnate ter-se-á comprometido a investir a módica quantia de um bilião de Dólares na Guiné, caso ele, Sissoco, ganhe a eleição. Será verdade? E se for, estarão os sauditas dispostos a comprar abertamente uma eleição num país africano? E estarão os guineenses dispostos a vender-se assim por um punhado (ainda que substancial) de Dólares?

É difícil de acreditar.

Umaro Sissoco tem também procurado apresentar-se como o escolhido pelos poderes regionais, exibindo apoios senegaleses, marfinianos nigerianos e de líderes muçulmanos da região e da CEDAO. Há mesmo a convicção declarada de alguns ministros do Senegal de que, se Sissoco for eleito, as relações entre os dois países irão ter uma franca melhoria, já que este “amigo do Senegal” estará pronto a facilitar, em nome da boa vizinhança, um acordo simpático para a partilha do petróleo nas fronteiras marítimas dos dois Estados.

Mas independentemente dos aspectos caricatos da eleição e da máquina de propaganda de Sissoco, o facto é que os outros candidatos, vencidos na primeira volta, se juntaram a ele para derrotar Simões Pereira, numa espécie de aliança que tem muito mais que ver com invejas e ressentimentos pessoais que com aspectos ideológicos ou doutrinários.

É claro que se os candidatos derrotados fossem senhores dos votos, Domingos Simões Pereira perderia: teve 40% na primeira volta, contra os 27% de Sissoco; e bastaria que os candidatos vencidos que se pronunciaram a favor de Umaro Sissoco – Nuno Nabian, José Mário Vaz e Carlos Gomes Júnior – somassem os seus votos aos dele para lhe darem a maioria.

Só que esta maioria conducente à eleição de Sissoco levantaria problemas: em primeiro lugar, semelhante coligação negativa, de tão diversa e frágil, iria entrar em crise interna forte no dia a seguir às eleições, agravando a instabilidade; mais, sendo o governo actual e a maioria parlamentar do PAIGC, o conflito com a Presidência iria manter o país na incerteza do poder em que tem vivido nos últimos quatro anos.

E mais ainda, os apelos religiosos e tribais a que vem recorrendo Umaro Sissoco trazem a divisão entre muçulmanos e não muçulmanos e o confronto entre etnias; conflitos aos quais, até hoje, o país foi poupado.

De qualquer forma, embora a indicação de voto tenha a sua influência tendencial, a verdade é que entre os partidários dos candidatos afastados há divisões: na Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), de Nuno Nabian, parte da direcção dissociou-se da indicação de voto do líder em Umaro Sissoco e proclamou o seu apoio a Domingos Simões Pereira; e o mesmo aconteceu entre os partidários de Carlos Gomes Júnior (eleitores urbanos de Bissau) e de José Mário Vaz.

Que “a transferência de votos a favor do candidato da oposição Umaro Sissoco Embaló está longe de estar garantida” é também o que se conclui no número especial sobre África da revista Jeune Afrique.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

RIP: Faleceu a Vitalina Ramos. Condolências à família enlutada. Que descanse em paz. AAS

SISSOCO NOVAMENTE DESMENTIDO

Caros compatriotas,

Em virtude da declaração do candidato à segunda volta das eleições presidenciais, Umaro Sissoco Embalo, ontem num comício popular na Cidade de Bafatá, em que afirmou que o Governo que temos a honra de liderar lhe recusou o pedido para a entrada no país de um generoso multimilionário Saudita que trazia consigo um cheque de mil milhões de dólares americanos e 4 aviões com diversos materiais para doar ao povo guineense, cabe-nos o dever de esclarecer que:

O Governo da República da Guiné-Bissau não recebeu nenhum pedido (formal ou informal) do Senhor Umaro Sissoco Embalo para a entrada no país de quem quer que seja.

Para provar o contrário, encorajamos fortemente o Senhor em causa a apresentar provas de ter feito um tal pedido ao nosso Governo.

Para finalizar, lamentamos o facto do Candidato Umaro Sissoco Embalo ter estado a desperdiçar as inúmeras oportunidades que vai tendo para falar aos guineenses das suas ideias e projectos enquanto pretendente ao mais alto cargo da nossa magistratura, preferindo recorrer a mentiras, calúnias e difamações infundadas.

Em defesa da verdade e para não permitir que este Senhor use e abuse do descontentamento da parte da nossa população, do funcionamento do Estado, estaremos aqui para desmascarar cada mentira que vai fabricando.

Aristides Gomes - Primeiro Ministro da Guiné-Bissau

#PelaGB
#Pelopovo

Riade e o príncipe herdeiro desmentem Sissoco

Mohammad Bin Salman Bin Abdulaziz Al Saud, o príncipe herdeiro da coroa saudita afirmou em Riade que o seu irmão, o príncipe Alwaleed Bin Talal Al Saud, "não prometeu apoiar nenhum candidato" às eleições presidenciais na Guiné-Bissau.

"Aproveitamos para informar que o Reino da Arábia Saudita não tem tradição de envolver nos assuntos políticos de qualquer país".

Em 2018, o príncipe Mohammad Bin Salman assassinou o jornalista saudita, Jamal Kashoggi, na Embaixada da Arábia Saudita na Turquia.

ESTÁ DESMONTADA MAIS UMA MENTIRA DO CANDIDATO DO MADEM G-15.

Incidentes no aeroporto de Lisboa levam a detenções

A PSP deteve três homens, com idades entre os 25 e 27 anos, após "distúrbios" causados por um grupo de 28 pessoas. Pretendiam fazer o embarque antes da hora possível, informa a polícia.

A PSP anunciou esta quinta-feira a detenção de três homens por crimes contra a autoridade pública, na sequência de "distúrbios", no domingo, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, com um grupo de 28 pessoas que pretendiam "embarcar mais cedo."

Três detidos após grupo de 28 pessoas causar "distúrbios" no aeroporto de Lisboa
A PSP deteve três homens, com idades entre os 25 e 27 anos, após "distúrbios" causados por um grupo de 28 pessoas. Pretendiam fazer o embarque antes da hora possível, informa a polícia.

A PSP anunciou esta quinta-feira a detenção de três homens por crimes contra a autoridade pública, na sequência de "distúrbios", no domingo, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, com um grupo de 28 pessoas que pretendiam "embarcar mais cedo".

Fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (COMETLIS) disse à Lusa que o grupo de passageiros pretendia fazer o embarque antes da hora possível, para um voo com destino a "um país africano", com partida de Lisboa "ao final do dia" de domingo.

O alerta para a ocorrência de "distúrbios" no aeroporto foi dado pelas 16:30 de domingo, envolvendo "um grupo de 28 pessoas", indicou fonte do COMETLIS, acrescentando que os passageiros foram informados da necessidade de abandonar a zona de embarque, mas três desobedeceram à ordem policial e foram detidos.

Os detidos, três homens, com idades entre os 25 e os 27 anos, são "suspeitos da prática de crime contra a autoridade pública", no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e acabaram por não embarcar, adiantou a PSP, sem informação sobre se os restantes passageiros do grupo de 28 pessoas viajaram no voo de domingo.

Suspeitos dirigiram "ameaças" a funcionário de companhia de aviação
"Os suspeitos desobedeceram a uma ordem legítima comunicada pelos polícias da PSP para abandonar um local restrito do aeroporto internacional, que se rege por normas que salvaguardam a segurança aeroportuária", informou o COMETLIS, em comunicado.

Através da divisão de segurança aeroportuária do PSP, os três homens foram aconselhados a abandonar a zona de embarque, mas negaram-se a fazê-lo, pelo que lhes "foi dada a ordem legítima para que saíssem do local, tendo os mesmos persistido na conduta de desordem para com a companhia de aviação e os polícias", lê-se no documento.

Além disso, os suspeitos dirigiram "ameaças" ao funcionário da companhia de aviação.

Segundo o COMETLIS, o comportamento dos homens "foi o suficiente para alterar o normal funcionamento de alguns serviços" do aeroporto, "bem como causar alarme social e inquietação nos demais passageiros que transitavam ou aguardavam por viagem".

Segundo o COMETLIS, os três detidos foram presentes na Instância Criminal de Lisboa -- Secção de Pequena Criminalidade, do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, onde lhes foi marcada audiência de julgamento para 6 de janeiro de 2020. Lusa

PRESIDENCIAIS 2019: Entrega de contentores de lixo para o círculo 24

PRESIDENCIAIS 2019: A caminho de Bolama


Terra Ranka ku comandante Samba Djaló, na companhia de Filomena Cabral e Hernâni Kafft Kosta

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

PRIMEIRO-MINISTRO: " Não há salários em atraso na Função Pública"

Caros compatriotas

Na sequência de uma campanha premeditada de desinformação, cuja intenção é intoxicar a opinião pública nacional com o intuito de retirar algum proveito nas eleições do próximo domingo, uns indivíduos, dispostos a chegar ao poder a qualquer preço, estão a espalhar por todo o lado por onde passam a ideia de que o governo que nós temos a honra de liderar tenha algum salário na Função Pública por pagar.

É simplesmente mais uma inverdade de quem não tem hábito de dizer a verdade.

Não há salários em atraso na Função Pública.

Pelo contrário, o que houve e que pode ser confirmado por professores, é um aumento nos seus ordenados a partir do mês de Novembro. Um processo que irá ser alargado de forma progressiva a todas as outras categorias de funcionários públicos.

Quanto ao salário do mês de Dezembro, o pagamento começa no dia 26, quinta-feira.

O nosso foco ninguém tira.

#PelaGB
#Pelopovo

Um santo Natal a todos. Que o espírito desta tradição secular reine nos corações dos guineenses.

PRESIDENCIAIS 2019: Farim - 12 mil votos

Com os olhos fixos nesta segunda volta na meta dos 12 mil votos a favor do DSP, a campanha no Sector de Farim ganha cada vez mais alento.

Ontem uma caravana dirigida por Muniro Conte, Membro do Comitê Central e da Directoria Nacional da Campanha, deslocou-se as tabancas de Djiniko, Macamu, Manekunda Di Estrada e Manekunda Di Dentro, numa demonstração de força do PAIGC na galvanização do eleitorado do Circulo-6 para Vitória do Eng. Domingos Simões Pereira no dia 29 de Dezembro.

Centenas de militantes, simpatizantes e apoiantes desceram as estradas e locais dos comícios e encontros de sensibilização, para ouvir a mensagem de esperança, paz, união, estabilidade e desenvolvimento, transmitidas e restituidas em nome do Candidato dos Libertadores.

Sendo que procissão ainda vai no adro, no sector Farim já se festeja antecipadamente o triunfo do DSP.

PRESIDENCIAIS 2019/BENELUX

PRESIDENCIAIS 2019: "Quem fez a luta não selecionou etnias" – régulo de Bafatá

O régulo de Bafatá, Seco Mussá Sidibé, alertou os guineenses que quem fez a luta pela independência da Guiné-Bissau não selecionou etnias e que todos contribuíram com o seu “quinhão”, criticando quem faz campanha utilizando aquele discurso.

“A Guiné-Bissau é constituída por um mosaico étnico e, portanto, quem fez a luta não selecionou as raças (etnias), todas as que surgiram participaram na luta e tem o seu quinhão”, afirmou Seco Mussá Sidibé.

O régulo de Bafatá, cidade situada a cerca de 150 quilómetros a leste de Bissau, falava à Lusa no âmbito da campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, marcadas para dia 29, que tem sido marcada por um discurso étnico e religioso.

“É a primeira vez que está a surgir no nosso país. O meu alerta vai para os meus conterrâneos guineenses para não verem esta questão da religião e a questão étnica e para verem, primeiro, o que significa uma eleição e, de seguida, o que é um cartão de eleição, que é um voto”, afirmou Seco Mussá Sidibé.

Para o régulo de Bafatá, o problema está no índice de analfabetismo que existe no país.

“Estamos na dinastia do analfabetismo e uma pessoa só orienta mil pessoas e não deve ser. Uma pessoa deve saber que tendo o seu cartão de eleitor na mão vai deixar o seu voto na urna”, salientou.

Para o régulo, as pessoas devem pensar, primeiro, no país e perceberam que com o voto na urna, enquanto cidadãos, estão a contribuir para o círculo de decisão do país.

“As pessoas estão a ver coisas novas nestas eleições e o que todo o mundo quer é que as pessoas votem conscientemente”, acrescentou.

Questionado sobre se o discurso étnico e religioso vai prosseguir após o fim do ciclo eleitoral na Guiné-Bissau, Seco Mussá Sidibé disse que os guineenses se entendem muito facilmente.

“É só neste época e nesta fase, terminando as eleições voltamos a estar alinhados. Estamos a fazer isto, porque muitas pessoas são orientadas”, explicou.

Para o futuro Presidente da Guiné-Bissau, o régulo de Bafatá aconselhou que a sua primeira obra seja banir aquele discurso e ser um “pai da pátria, sem excluir ninguém”.

Mais de 760.000 guineenses escolhem no dia 29 o próximo Presidente da Guiné-Bissau entre Domingos Simões Pereira, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15). Lusa

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

TERRA RANKA: OMVG atribui nota positiva às suas atividades em curso, nos diferentes países que integram a Organização

O balanço e essas atividades, foi realizado entre os dias 20 e 21 deste mês, em Banjul República da Gâmbia, durante a 45a. sessão ordinária da Organização em que, se passou em revista o andamento dos projetos em curso nos diferentes países.
t
Neste aspeto, o Conselho de Ministros da OMVG constatou com satisfação, os avanços já alcançados na construção da Linha de Interconexão Elétrica, para a evacuação da energia a partir das barragens hidroelétricas e o estado avançado em que se encontra a construção da barragem de Sambangalou.

O Conselho de Ministros da OMVG admitiu por outro lado, a possibilidade da realização de uma mesa redonda, com vista a angariação de fundos para a construção da barragem multifuncional em Campossa no rio Geba, leste da Guiné-Bissau.

O Ministro dos Recursos Naturais e Energia, Eng. Issufo Baldé, na qualidade do Presiente em exercício da OMVG, dirigiu os trabalhos desta 45a. sessão Ordinária da Organização, acompanhado da Secretária de Estado do Ambiente, Enga. Quité Djatá.

ALERTA DE TRAPAÇA

Adulai Baldé e Nelson Menezes, tomem cuidado...

Trouxeram cartões do Senegal na carga de campanha...

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